terça-feira, 25 de março de 2008

Crise

Eu acho que sou bipolar. Sim, eu sou bipolar... Um belo dia decido escrever. Junto todas as forças de jornalista e digito meia dúzia de textos. Eles servem pra começar. Acho que alguns até ficam realmente interessantes. Porém, basta uma semana e a inspiração some. A auto-crítica se acirra e tudo que escrevo vejo como lixo. Mais dois dias e as relações com os outros seres humanos fica estremecida. A carência aumenta. Sinto-me incompetente, incapaz. Erro. Erro muito... As criticas rotineiras soam-me ferozes e ácidas. O humor deplorável dura por volta de três dias e depois a alegria volta novamente. Enche as veias e artérias, circula com o sangue até a próxima crise.
Só que hoje foi diferente. A sensação de perda nunca foi tão grande. O medo de um erro tomou conta de toda a lógica que talvez existisse na minha cabeça. A dor se espalhou pelo corpo, uma dor estranha. Um gosto amargo na boca, ou melhor, azedo. Uma pressão interna estranha, tremedeira a nuca pesava, precisava falar, gritar fazer algo... Saí pela cidade de bicicleta. A lua estava linda e silêncio foi um grande calmante... conforme andava a força das pedaladas diminuía a tristeza. Foi uma batalha interna como nunca tive antes... mas acho que consegui, pela primeira vez me controlar! Sucesso!

quinta-feira, 13 de março de 2008

Viagem desastrada

É impressionante o dom que os Zé possuem de se meter em frias. A minha última viagem mostrou isso. Nunca gostei dos ônibus, mas sou obrigado a conviver com eles o tempo todo. Mais uma vez está sentado ao lado de uma pessoa cujas proporções não são compatíveis com o espaço existente no banco, assim eu estava espremido, tentando dormir, quando ouço um estouro. Foi-se um pneu. O motorista, insistente, resolveu dirigir assim até a cidade mais próxima. Um vilarejo. Não tinha um centavo no bolso e nada de almoço. Com as moedas que tinha comprei algumas bananas. Pensam que terminou? Não. Volta para casa, domingo de noite, mesma empresa, chegando em Ribeirão Preto para a troca de ônibus, o que acontece? Ele bate. O imbecil do motorista foi incapaz de frear. Mais algum atraso, e uma deliciosa viagem ao lado da porta do banheiro que estava entupido. Um cheiro quase tão agradável quanto as portadas que tomei durante toda viagem.