terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Zé pequeno!

Melhor do que ser um Zé nessa vida é ser um Zezinho, um minizé. É interessante perceber o quanto a maturidade, a experiência e os medos nos podam em todos os sentidos. Hoje, como Zé adulto que sou passo por muitas dúvidas e provas que não estou acostumado. Tem coisas que eu deveria fazer, mas não sei se posso, e acabado não fazendo. Tem coisas que eu sei que não deveria fazer, mas faço mesmo assim, sabendo que vou me dar mal depois. Coisas que eu faço, mas que depois eu acho que não deveria ter feito. Ainda tem o grupo das coisas que eu não faço a menor idéia de como fazer. Complexo não? Sim, para nós adultos sim. Porém, para um Zezinho nada é mais fácil. Tudo que faz bem é certo, portanto é feito. Tudo que dói ou entristece é errado, logo, esquecido. O que eu quiser eu faço, não existe o faria. Para uma criança nova, sem visão de mundo, não há medo, nem frustração e, portanto, não há limites...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

E para as putas? Os filhos delas já estão no poder!

A prostituição é um assunto que nunca sai de moda. A polêmica sobre a legalização do serviço sempre emerge e volta a tramitar no senado. Nas ruas, as pessoas discutem o impacto que tal medida provocaria na moral e nos costumes da sociedade.
Os mais politizados já começam a pensar em como será organizada a profissão: as questões sindicais ou a fiscalização, imprescindível para evitar o trabalho infantil. Os mais religiosos discutem a imoralidade da sociedade e como “este mundo está perdido”.
Eu prefiro me ater aos fatos e pensar friamente sobre o assunto.Dizer que está é uma das profissões mais antigas do mundo já seria um atenuante. E porque não compará-las a outros setores da sociedade? As prostitutas, bem como os camelôs são trabalhadores autônomos, sem leis específicas e sem benefícios. Qual a diferença entre eles? Porque não tratamentos iguais? Porque excluir as prostitutas que vendem seus genitais e não os pedreiros, que vendem seus músculos, os digitadores, que vendem seus dedos ou mesmo um jornalista, que vende suas idéias?
Segundo Fernando Gabeira, deputado federal e responsável pela elaboração do projeto que propõe a liberação da profissão, as principais barreiras para aceitação do projeto são o paternalismo e o romantismo. O primeiro, que enxerga as prostitutas apenas como vítimas e o segundo que acredita que o sexo deve ser feito apenas por amor.
Outro atravanco é a hipocrisia que permeia toda a sociedade brasileira. Países europeus como a Holanda e a Alemanha já legalizaram o serviço, e com isso conseguiram bons resultados tanto na proteção das garotas de programa quanto na melhoria da qualidade dos serviços.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sobre palhaços e príncipes!

Sempre procurei o valor dos príncipes nos contos de fadas. É fácil ser um deles. Já nascem com o dom da beleza, ganham armaduras mágicas, espadas milagrosas e companheiros imbatíveis. Com seu charme inebriante conquistam a todos que encontra no caminho, e na posse de seu alazão estão prontos para destruir qualquer inimigo. Onde está o valor nisso? Tudo o prepara para a vitória.
Durante anos invejei os bobos da corte, que agem sozinhos, arrancam risos no clima de tensão, enfrentam os monstros do preconceito e do desdém, e tudo isso sem uma armadura ou um cavalo alado! É fácil matar monstros com espadas. É muito fácil conquistar o respeito com suas armaduras polidas e brilhantes.
Mas eu gostaria muito de ver um príncipe enfrentar o mal supremo num monociclo, fazendo malabares e calçando um sapato seis números maior que o seu! Gostaria muito de ver um príncipe ter a força de um palhaço ao encarar seu público usando roupas ridículas e maquiagem extravagante.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Seres mitológicos

Ouvi um comentário engraçado que merece ser postado aqui para que seja admirado pelos estudiosos do futuro. A criação do termo é da Ianara, editora da empresa onde trabalho. A descoberta merece destaque, afinal, quem nunca sofreu nas mãos desses diabretes.
Sabemos que existem infinidades de seres mitológicos de todas as origens, significados e com as mais diferentes funções. Temos das fadas, conhecidas pelo senso de proteção, os Duendes, que pregam peças, os Faunos guerreiros e mentirosos, Ninfas belíssimas, os trabalhadores Anões, que vivem nas profundezas da Terra ou os belos Elfos, que protegem e vivem na natureza.
O que poucos conhecem são os Fudelfos, seres mágicos que vivem no interior dos computadores e tem como único objetivo foder a nossa vida. São eles que fazem peças boas pararem de funcionar do nada, para logo em seguida voltarem a pegar. São eles que desaparecem com arquivos, mudam nomes e extensões, mudam cores, trocam letras de lugar e, com certeza, são os responsáveis pelo travamento dos computadores.

O MENINO QUE NÃO TINHA DONS

Mais um conto de crianças!

Fábio não tinha dons. Pelo menos era o que ele dizia. A Bia sabia pintar, fazia desenhos pra todo mundo, eram lindos os desenhos dela. Ele adorava os desenhos dela, estava sempre perto, elogiando e dando idéias. Marcos tocava. Estava no conservatório desde cedo, era perfeito no piano, sabia ótimas melodias. Ele adorava ouvir as musicas do amigo, que sempre pedia sua opinião para tudo. Juliana era nadadora. Vencia campeonatos e mais campeonatos. Fábio era um torcedor fiel, não nadava nada bem, mas ia a todas as competições da colega. Gabriela era atriz, além de ser linda era perfeita nos palcos. Sabia emocionar as pessoas como ninguém. Fábio era seu fã numero um. Jamais perdia uma peça em que ela fosse aparecer. O problema é que Fábio não sabia fazer nada disso. Não escrevia, não desenhava, não cantava... Nada... Isso começou a fazer com que ele ficasse triste, tristeeeee, tão triste que ele acabou ficando doente. Um dia quando acordou viu muita gente no seu quarto, viu Bia, Juliana, Marcos e Gabriela e foi aí que percebeu qual era seu dom. O dom de fazer amigos.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Como ser um jornalista!

Para ser jornalista precisa fazer assim:

- pegue um assunto que você já viu por cima;
- converse com dois caras que você conheça que entendam um pouco, pouco mesmo, do assunto;
- entre no google ou na wikipédia e dê mais uma olhadinha no tema;
- comece a falar disso como se fosse o maior entendido no assunto;
- exponha todas as suas idéias com a convicção de quem nunca cometeu um erro;
- fale mal do governo
- reclame da vida
- admita para você mesmo que você sabe tudo do mundo;
- não há uma informação que você não saiba;
- você sempre leu alguma coisa de todos os autores ou jornalistas do mundo, mesmo que ele tenha lançado apenas uma versão escrita em sânscrito (afinal, você aprendeu sânscrito em uma de suas viagens);
- beba todos os dias;
- compre roupas novas para seu ego, afinal ele gosta de se vestir bem;
- compre roupas novas para você, afinal, ninguém (nem mesmo seu ego) pode ser melhor que você;

Pronto é só pegar o diploma (enquanto ele ainda é necessário)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Coisas de Criança

Gosto da vida das crianças, das coisas que elas fazem, do jeito que resolvem problemas, que encaram as dificuldades e que tratam as pessoas. Até uma certa idade os vícios, medos e traços da nossa cultura não subverteram os pensamentos infantis, para ela nada é sujo, proibido ou impróprio, o mundo se descortina a cada instante. Vai ser comum postar aqui algumas histórias, casos ou matérias que me impressionem relativas a esse tema. Hoje segue um contozinho:

HISTóRIA do GramoFONE

Meu bisavô tinha um gramofone. Sabe o que é? Não? É uma daquelas vitrolas antigas, pra se ouvir uns discos velhos, bem antigos. Pois é, na garagem da casa da minha avó tinha o gramofone do meu bisavô. Eu adorava brincar com ele. Achava que ele era mágico. O disco que tinha lá tocava uma música gostosa, dessas bonitas de filme de aventura, mas o som era antigo como o do aparelho, com chiados e risquinhos. Toda a vez que eu ouvia a música eu fechava o olho, e eu viajava.
Minha avó fala que não, que eu ficava lá, por horas sentado ouvindo músicas. Mas eu tenho certeza que eu viajava. Ia para florestas, salvava donzelas, enfrentavas as feras mais terríveis, eu podia voar, pendurar nas árvores e fazer o quê eu quisesse.
Uma vez viajando eu era rei, já tinha uns 10 anos eu acho. Estava lá, de olhos fechados reinando no meu reino. Estava indo para uma cruzada, em busca de tesouros e de mais povos pra aumentar meu reino. Parei pra enfrentar uns bandidos que estavam torturando uma linda mulher. Eles venceram e amarraram todos os meus homens e quando iam me segurar dei um pulo gigante, mais alto do que uma árvore. Enganei os dois vilões e derrubei os dois. Quando ia salvar a princesa a música parou e eu voltei.
Quem tinha desligado? Que droga eu ia falar. Olhei pro lado e vi que minha mãe tinha derrubado o aparelho... Eu não tinha mais como viajar. Chorei por uns três dias, achei que jamais ia ser rei de novo!!!!!!!
Fui crescendo... e crescendo e quando já tava bem velho com uns 15 anos parei em uma loja de músicas... vi um Cd, desses novos com musicas antigas.... pedi pra ouvir com fone de ouvido... fechei os olhos e...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Ser um Zé

José é um nome simples. É impossível ouvi-lo sem pensar diretamente no grande José. O primeiro, o carpinteiro, ao pai carnal do “Homi”, e logo de cara trouxe toda a sina de cagadas que esse nome carrega. Assumiu o moleque sem comer a esposa.

José é diretamente ligado ao Zé, pejorativo, pobre e humilde. Um Zé nunca será doutor ou gênio, será no máximo um “fessor”. E agora José? – A grande frase que inicia o poema mais famoso da vida cagada de todos os Zés.

Quer saber, foda-se... ser um Zé é mais do que sofrer o peso do nome, do que ser peba, do que ser gente... um Zé é um título, quase como ser um Augusto. Quantos Humbertos, Maurícios, Diegos ou Carlos se tornaram Zés? Zé Mané, Zé ruelas. Zé da Esquina, Zé da Banca.

Ser um Zé é ser um complemento, é acompanhar alguém, um fato, uma vida... e justamente acompanhando os fatos da vida de um Zé que esse blog começa.

Ser Zé é lindo... agora Zé Tadeu, aí fo...